domingo, 24 de julho de 2011

Capítulo 1

Morte

A chuva ainda cai e eu já me decidi, vou pular, sei que não terá ninguém para chorar por mim, isso já me tranquiliza, já tenho 23 anos e não tenho nenhuma meta, não tenho nenhum propósito. Pulei, o vento bate em meu corpo, meu coração esta batendo de pressa, fechei meus olhos, não quero ver mais nada.

1 dia antes...

Amanhã tem reunião na empresa, não aguento mais aquele lugar, pessoas querendo passar uma em cima das outras constantemente, sorrisos falsos, todos são meus amigos por eu ser filho adotivo do dono da empresa que esta doente, logo a empresa será minha e todos querem ser meus amigos, mas já sei que pelos cantos da empresa tem diversos boatos sobre mim e nunca são bons. Tento ver a vida de um modo bom e não vejo, as pessoas costumam estragar tudo aquilo que é bom, as pessoas tem uma tendencia tão grande para fazer o mal e isso me deixa cada vez mais inconformado. Cheguei na empresa, todos vem me cumprimentar com sorrisos falsos, tenho uma enorme vontade de arrancar esses sorrisos da boca deles, mas a única coisa que consigo fazer é retribuir seus comprimentos. Fico o dia todo sentado nessa mesa lendo e relendo documentos, da minha sala tenho uma vista ampla da cidade, minha secretária me comunica pelo telefone que tem um presente para mim, já ia me esquecendo, amanhã é meu aniversário, sempre esqueço, o senhor e a senhora Almeida não comemoravam, diziam que era um dia comum e que presentes eu só ganharia se eu merecesse, a Sra. Almeida morreu de câncer no dia do meu aniversário de 20 anos, foi triste, eu gostava dela e o Sr. Almeida também esta muito doente, tenho medo de que ele morra, não sei se eu conseguiria cuidar desta empresa. Bom, este é meu presente, não tem cartão e a secretaria disse que apenas deixaram em meu nome, é um urso de pelúcia, o incrível é que é o mesmo urso de pelúcia que eu abraçava depois que meu pai me batia, eu havia perdido ele depois que fui para o orfanato, tem os mesmos detalhe, o mesmo braço rasgado, sujo, do mesmo jeito que eu me lembro dele, esse urso me traz muitas lembranças. Depois de um longo dia de trabalho, chego em meu apartamento exausto e apenas quero dormir, vou acordar as 7 horas e continuar com a mesma vida rotineira e sem graça de sempre. Acordei com um telefonema as 3:47 da manhã no dia do meu aniversário, era o médico, ele disse que o Sr. Almeida morreu, grande coincidência, assim como Sra. Almeida, o Sr. Almeida morreu no dia de meu aniversário, foi um grande choque para mim. O enterro j foi marcado para amanhã de manhã, segundo o testamento do Sr. Almeida, ele queria ser enterrado ao 12:00 dia do dia seguinte de sua morte e deveria ser enterrado do lado da Sra. Almeida. Tenho que passar o resto da noite preparando o velório, vai ser um noite longa e cansativa.
É 12:00 e a vontade do Sr. Almeida foi feita, só tem eu nesse cemitério, o Sr. Almeida não tinha muitos amigos, ele era um homem ocupado e difícil de lidar, muitos o odiava, sempre sério, com respostas diretas, gostava de deixar tudo perfeito, na verdade, era um grande alívio para muita gente ele ter morrido. Eu não tinha visto antes, mas tem um homem me observando de longe, creio que ele seja um conhecido do Sr. Almeida, ou alguém que veio confirmar se ele estava realmente morto. É meu aniversário, perdi mais uma pessoa que me ajudou e ganhei uma empresa para mim, disseram para eu não trabalhar hoje, mas se eu ficar em casa não terei nada para fazer, vou para o meu escritório. Chego na empresa, todos vem me cumprimentar e fingem estar tristes, alguns perguntam se estou bem, outros olham para mim e abaixam suas cabeças, lá esta meu escritório, onde longos 6 anos fiquei trabalhando para o Sr. Almeida, onde perdi meu tempo lendo e relendo documentos, olhando a cidade pela janela me perguntando como seria além de tudo isso, como minha vida poderia ser. Disse para minha secretária que não quero ser incomodado, estou aqui pensando, por que, o por que de tudo isso, todos eles morrem, todos que ficam perto de mim morrem, talvez, minha vida não seja o problema, talvez, eu seja o problema, talvez não era para eu ter nascido e a vida de alguma forma se virou contra mim.

1 hora antes

Eu não aguento mais isso, com socos e ponta pés eu começo a destruir a sala, me desabo em lágrimas, as lágrimas que foram minhas melhores amigas durante toda minha vida. Sai da empresa, comprei uma bebida, jurei nunca beber uma gota de álcool, mas á não me importo com mais nada, voltei para empresa, agora estou no ultimo andar, bebendo sem parar, tentando encontrar uma solução para tudo, logo vejo uma oportunidade, me pergunto como seria me jogar de um prédio e logo vejo a solução, fico na ponta do prédio tentando chegar a uma decisão.

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